Novo espaço para se pensar e discutir a dinâmica do mercado e das marcas de luxo, dos produtos e serviços com alto valor agregado e para todos aqueles que se interessam pelos temas do consumo e novas tendências, moda e estilo, design, branding e marketing. O crescimento e a valorização do luxo é uma questão central do consumo contemporâneo e faltam especialistas e espaços para discutir este tema com seriedade.

Friday, August 11, 2006


Starbucks: vai um 'cafézinho' aí por dez reais?

Falar que a Stabuckes vende produtos de luxo não é uma verdade. Mas transformar o café em produto premium e conquistar a admiração de jovens profissionais afluentes e ser considerado um ponto de encontro de gente bonita e sofisticada com produtos de qualidade e ambientação moderna e confortável é um grande feito. Considerada como um case do novo luxo de massas, a marca foi criada e a primeira loja aberta em 1971 por dois colegas, Bowker e Baldwin e depois comprada pelo atual proprietário da marca, Howard Schultz.
A primeira loja nasceu em Seattle - cidade da garoa e da chuva e do movimento Grunge que veio depois. Ela vendia apenas o bom e velho café em grãos e moído, chás e especiarias.
Schultz, depois de visitar e observar as pessoas reunidas lendo, conversando calmamente ou se divertindo nos cafés italianos, resolveu transformar seu pequeno café em um local mais europeízado e elegante. Pensou que poderia levar a idéia para os EUA e adaptar aos padrões do mercado local. Propôs aos colegas sociedade e tentou persuadí-los a ampliar as fronteiras do seu café local, expandir a rede e vender um produto de alta qualidade e valor agregado. Ele foi contratado, trabalhou apenas dois anos e resolveu abrir seu prórpio negócio: o café Il Giornale, de inspiração fortemente italiana. Mas em 87 quando a Starbucks foi colocada a venda, não pensou duas vezes e adquiriu a marca e rapidamente conquistou os EUA e se internacionalizou. Nascia ali uma nova marca internacional. Com um ótimo café, um espaço e uma ambientação atraente, confortável e intimista, boa música e um ponto de encontro urbano e estiloso, a rede conquistava os mais jovens e os 'yuppies' com seus latops e ipods inseparáveis. Com elementos de inspiração orgânica mesclados com conceitos mais modernos, leves e descontraídos e seus famosos copos brancos lisos com a logomarca de uma sereis nórdica em verde e um projeto visual elegante e casual a Starbucks invadiu o mundo e fez do café uma bebida jovem e cool e de seus cafés um estilo de vida urbano e chic. Tornou-se o Mc Donalds dos cafés mas com uma diferença: refinamento, modernidade e conforto.
Algumas pessoas passam horas ali conversando ou acessando seus laptops, sorvendo um Frapuccino, tomando um carmel machiatto ou se deliciando com uma grande dose de café e muffins. Os produtos vão além do tradicional café: são produtos exclusivos, com muito design e bom gosto e, claro, a própria força da marca e seu conceito de bem estar e de um meeting point descolado de encontro, leitura e lazer.
Em 2006 abre a primeira loja aqui em São Paulo. Sem dúvida vem pra crescer e conquistar o público de classe A e atrair o público de classe B. A Starbucks é aguardada com entusiasmo e ansiedade e o mercado dos produtos e serviços superpremium estão em contínua expansão: cafés, bares, padarias, sorveterias, docerias e restaurantes finos, e clientes mais exigentes com a qualidade e serviço, conforto e bem estar.
A marca Starbucks parece reunir qualidade, ótimo atendimento e ser uma marca cool e bem posicionada. Seus frapuccinos são inigualáveis, mas o perigo mesmo é crescer demais e perder seu charme. Não controlar suas franquias e licenciamentos e se tornar no futuro um Mc Donald´s do café.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home