Novo espaço para se pensar e discutir a dinâmica do mercado e das marcas de luxo, dos produtos e serviços com alto valor agregado e para todos aqueles que se interessam pelos temas do consumo e novas tendências, moda e estilo, design, branding e marketing. O crescimento e a valorização do luxo é uma questão central do consumo contemporâneo e faltam especialistas e espaços para discutir este tema com seriedade.

Wednesday, August 09, 2006



O Segmento do Luxo Infantil - Os PoshBabies


Ainda não são se fazem berços de ouro como diz o ditado popular, mas já existem produtos com o mesmo prestígio e status a disposição dos pais zelosos e endinheirados. Brinquedos, roupas, alimentação e artigos de toalete de luxo já podem ser facilmente encontrados para atender as crianças de 0 à 8 anos. Mas quem são os pais e avós que compram estes artigos para seus poshbabies? Análises indicam que são pais que têm em média dois filhos, em geral apenas um, têm mais de 30 anos e renda pessoal elevada. Depois de planejarem o filho por alguns anos e já terem gasto o suficiente com seus próprios caprichos e desejos, reservam boa parte de seu orçamento para o filho(a). Eles não economizam e vêem nos presentes materiais uma forma de compensação emocional e psíquica, porque têm pouco tempo para o filho, já que trabalham fora geralmente, e por verem nestes gastos uma experiência muito mais um gesto sentimental que propriamente uma ação material. Muitos destes pais e avós também vêem neste consumo uma forma de se vingar de uma infância mais humilde ou esforçada, ou uma forma pronunciada de um consumo mais indulgente e emocional. O mercado hoje de olho neste segmento oferece artigos mais segmentados/diferenciados e investe mais em marcas e lojas, design e tecnologia para este target: D&G Junior, Versace Young. Marcas como Burberry, LV, Prada e Coach lançam bolsas especiais para as mães chics carregarem fraldas e artigos infantis de seus bebês. Carrinhos e velocípedes de marcas de luxo custam de 400 a 40.000 dólares – de um modelo Modena de 1000 reais a um Testarossa, ambos da Ferrari, que não sai por menos de 100 mil reais, passando por modelos da BMW e Mercedes no valor médio de 25 mil reais. A Gucci vai ainda mais longe e oferece casacos infantis de pele de mink a bagatela de 5000 dolares e a Tiffany´s vende escovas de dente e colher para sopinha do bebê em prata de lei. Embora represente um mercado restrito e pouco rentável ainda, as marcas de luxo entendem que é preciso fidelizar estes poshbabies afortunados bem cedo.
Não só estas empresas e holdings do luxo querem mimar e fidelizar estes 'jovens' clientes afortunados precocemente mas também investir em um segmento que tende a crescer no futuro e oferecer uma linha completa de produtos não só para os avós babyboomers e os pais, mas sobretudo para os seus netinhos: teens, tweens, crianças e bebês. Estudiosos do consumo infantil como James McNeal chegam a afirmar que, a partir dos 2 anos de idade, a criança já pode reconhecer uma marca.
De qualquer forma vale se pensar: quem foi acostumado com o melhor, mais tarde vai aceitar de bom grado o trivial mediano? E será que os pais que protegem e zelam tanto, podem ser culpados por mais este excesso materialista?

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