Novo espaço para se pensar e discutir a dinâmica do mercado e das marcas de luxo, dos produtos e serviços com alto valor agregado e para todos aqueles que se interessam pelos temas do consumo e novas tendências, moda e estilo, design, branding e marketing. O crescimento e a valorização do luxo é uma questão central do consumo contemporâneo e faltam especialistas e espaços para discutir este tema com seriedade.

Wednesday, August 09, 2006



A fantástica história do chocolate
Quem na volta de uma viagem já não parou no free shop para comprar não tão secretamente aquelas lindas barrinhas de chcolates suiços ? Quem em sã consciência pode odiar chocolates nas suas mais arrojadas e criativas versões? Quem nunca presenteou ou foi presenteado com uma generosa caixa de bombons ou simplesmente com uma trufa ou um sonho de valsa? Quem já não chorou suas mágoas nas noites insônes na companhia de alguns gordos chocolates?
Hoje o chocolate é artigo básico, popular e universal, mas durante séculos de sua história seu valor simbólico e material era outro. O cacau já foi símbolo de status mas antigas sociedades Asteca e Maia. Com as valiosas sementes de cacau que até já serviram de moeda e riqueza se fazia a bebida da fertilidade dos deuses: o xocolatl ou xicolatl que na língua Nahuel dos Maias siginificava bebida amarga e era tomada quente misturada com pimenta. Nada palatável ou sedutor comparada as barras aeradas e macias ao leite que derretem na boca hoje em dia.
Nas sociedades ameríndias a bebida além de ser um potente afrodisíaco e fonte de fertilidade e força, também era fonte de poder e clarividência. Aí vieram os colonizadores espanhóis, que não só levaram o ouro e prata, mas o cacau e a receita dos deuses da América Central. Da bebida os espanhóis retiraram a pimenta e adicionaram o áçucar, mas foram os mercadores de Veneza que descobriram as sementes mágicas e comercializaram o chocolate. Depois vieram os aristocratas ingleses que apreciavam a bebida e já em meados do século XVII abriam em Londres a primeira casa de chocolate, ponto de encontro dos nobres que se deliciavam não apenas com o chocolate, mas com o café e os chás que vinham do oriente. Estas bebidas exóticas tomadas quentes eram sinal de status e diferenciação e agradavam o paladar daqueles que podiam gastar com estes 'pequenos luxos'. No ínicio do século XVIII, a corte francesa começou a apreciar a bebida, e o chocolate começava sua fase de transformações. Surgia ali o praliné, uma mistura de chocolate, áçucar e amendoas, que logo conquistou os nobres parisienses. Depois vieram os belgas que aperfeiçoaram o praliné, acrescentando cremes e caramelos. Nascia então a receita que iria enfeitiçar mais tarde chocolatras no mundo inteiro e que serviria de receita e inspiração para os recheios dos chcolates caseiros da Lady Godiva. O chocolate era misturada nas receitas de bolos e doces e comido na forma sólida pelos ingleses no século XVIII, mas foram os suiços que foram mais longe na tradição e no preparo do chocolate. Surgiam as barras de chocolate que deliciavam os burgueses em plena época da revolução industrial. As barras eram muito parecidas com as que conhecemos hoje. Os suiços, mestres da arte de fazer chocolates, desenvolveram um chocolate com menos gordura, mais escuro, menos amargo e mais tenro. Basicamente, misturando o pó a pasta de cacau, e adicionando leite e acrescentando cremes e amendoas, os suiços tornavam o chocolate ainda mais saboroso. Em uma ou duas décadas o chocolate já se democratizava e a classe média podia saborear o que tinha sido até então regozijo dos mais abastados. Os afluentes burgueses dos EUA que importavam as modas e produtos da França e Inglaterra, começavam a produzir seus chocolates e a Hershey barateava suas barrinhas e popularizava o produto na América.
Mas nem tudo era banquete para as massas. O chocolate fino da alta burguesia era especial e feito em atêlies e custava muito caro. Processos artesanais, ingredientes finos, envoltos em belas embalagens e assinados por mestres, a soberba delicacy era feita sob encomenda e mesclava sabores e texturas. Suiços e belgas competiam pelo savoir faire e sua criação era uma arte que passava de pai para filho.
Desde o século XIX, mas principalmente nas primeiras décadas do séc. XX surgem em Bruxelas as grandes 'maisons' do chocolate. A principal, e famosa até hoje, se chamava Lady Godiva, em homenagem a esposa de seu criador. Chocolates 'customizados', feitos em série limitada, elegantes e finos na apresentação, feitos ao gosto de clientes iniciados e chocolátras famosos. Desde então a Godiva se tornou a grande marca de tradição dos chocolates super premium. Seguindo uma tradição centenária de seu país, a marca se fazia reconhecer pela sua qualidade e preços elevados. Com distribuição seletiva, embalagens sofisticadas e uma eficiente publicidade a marca desde a década de 60 investe em marketing e se esmera na produção de chocolates finos. No início na década de 70, se internacionaliza e abre sua primeira loja em Nova York.
Hoje com 80 anos, ela é uma das marcas ícones do luxo com sua caixa dourada, com uma linha extensa de produtos que inclui até saborosos e caros liquores de chocolate. A Godiva conta com mais de 400 lojas com a flagship da marca espalhadas pelos melhores endereços das grandes cidades do mundo, e você pode conhecer e saber mais sobre a marca no seu site, que vale a pena ser visitado.
www.godiva.com
Bon apetit !

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