O Luxo como Epifânia
Acho muito interessante a idéia de James Twitchell, autor do livro "Living it up" que escreve sobre as razões da febre do consumo dos produtos superpremium nos EUA e as consequências positivas desta democratização do luxo. Resgata-se uma frase de Maria Antonieta ao ver a massa de franceses famintos, sugerindo "Deixe-os comer o bolo!".
Hoje o luxo não está no preço. O que é muito caro para uns é barato e desprezível para outros. O que é um luxo para mim pode ser commodity para outro.
A noção do luxo então precisa ser compreendida dentro de uma lógica menos cartesiana e utilitária. Luxo acaba sendo uma sensação densa fruto de um desejo forte e irracional. Talvez o aspecto sensual e irracional do luxo, seu impulso ilógico e o prazer vindo da extravagência e da censura que nos atraia tanto nos objetos de luxo. Para muitos é uma gratificação legítima, para outros uma celebração ocasional, para outros, até, um ato vicioso.
Gosto da abordagem que descreve a decisão de compra ou posse dos objetos de luxo como busca de plenitude e momento epifânico - de presença do sagrado. Em todas sociedades o homem buscou ter acesso a redenção e ao 'paraíso'.
O ritual do consumo é a árvore ou montanha mágica que nos dá acesso a este mundo sagrado.
Afinal, como diria Stendhal: "O essencial é invisível aos olhos"
Afinal, como diria Stendhal: "O essencial é invisível aos olhos"
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